
Todos nós temos pensamentos que – mais cedo ou mais tarde (e tendem para o mais cedo) – nos levam ao arrependimento. São os chamados “vaipes” e cada um de nós acaba por os ter numa escala diferente. Os meus já foram bem mais frequentes e comecei a treiná-los de há uns tempos para cá. Agora, são tipo a menstruação: uns dias por mês e pouca gente nos atura nessa fase. No rescaldo do problema dos chatos (ainda que de forma subconsciente) e por imensas paranóias e dúvidas acumuladas, tirei a tarde de 2ª feira para me enfiar dentro da casa de banho.
Foram mais de duras horas, uma valente dor de costas e uma sensação de leveza extraordinária no final. Se algum de vós está com ideias de origem escatológica, bem que as pode esquecer. Resolvi deixar o meu corpo visível e tratei de tirar toda a cobertura. Sim, rapadinho. Do pescoço para baixo, não existe mais nada preto (e sim, agora sei que exagerei na opção “vamos tirar TUDO”). Até aqui, nada de extraordinário. O problema foi chegar à conclusão que isto foi uma decisão muito, muito errada. Ficar com um corpo de pré-adolescente não é daquelas coisas que me faça sentir muito atraente. E agora quando me vejo ao espelho, só vejo uma coisa: a pila. Nunca pensei que se destacasse tanto! Gente gulosa, não fiquem com água na boca. Ou fiquem, mas é a única coisa que irão ter na boca…
Ora bem, além deste factor (e de começar a pensar que isto daqui a uns dias vai picar mais do que um cacto e será mesmo por TODO o corpo), há o problema do calor. Ao contrário da maioria dos homens, tira-me todo o apetite sexual. Mesmo que veja um rabinho apontado para mim na rua, olho e penso “está bem” ao contrário do habitual conteúdo porno/brejeiro que me passa pela cabeça noutras alturas do ano (claro que é proporcional à qualidade do material à vista). E hoje, numa das conversas via MSN que já me tira a paciência (mas que, por educação, vou mantendo sem que lhe espete um block), reagi com uma sonora gargalhada ao:
- Queres o meu rabo?
Em abono da verdade, diga-se que (virtualmente pelo menos) nem é mau de todo, mas todas as actividade sexuais neste momento são para mim cómicas. O sexo por si nunca me fascinou, mas como homem que sou (e falsos moralismos de parte), nem sempre se fica indiferente a uma proposta – o que não tem necessariamente de levar a aceitá-la, claro está. Nada disto me assustava se não estivesse há uma semana sem trabalhos manuais. Ainda por cima sendo eu um adepto da religião “uma por dia, dá saúde e alegria”. E como até sou um gajo divertido, raramente me ficava por uma. Pois bem, voltando ao tema: perdi o meu apetite sexual. Pode estar apenas de férias (ou afectado pela greve dos camionistas e com falta de combustível), mas pode se ter perdido algures por aí. Se o virem, digam-lhe que me faz falta e que seria agradável se ele aparecesse. Não seria para comer o rabo do outro, apenas para me sentir um pouco mais normal neste corpo depilado.
Muito agradecido.
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