domingo, 25 de maio de 2008

Azares…


A noite anterior já tinha sido bem longa, porque estás a trabalhar enterrado, no que na gíria denominados de lodo…que representa o elevado volume de trabalho com o qual te estás a debater…e que vai culminar em horas extras…e na consequente perda do último comboio para casa (o da meia noite e dois minutos), tendo que esperar pelo próximo… seis e quarenta e sete minutos da matina…mas lá por volta das sete cheguei a casa…


Escusado será dizer, que mal cheguei a casa, aterrei na cama e morri para a vida durante umas boas horas…


Já perto das cinco o “feio adormecido” acorda, porque tinha um jantar com um amigo e consequente saída para a night…


Amigo chega e decidemos ir para Aveiro…chegados à cidade após algumas ideias trocadas, é escolhido como tipologia culinária, cozinha italiana e lá se vai jantar ao La Mamaroma…


Sem dúvida que o restaurante que costumo sugerir a clientes é realmente bom, e a comida divinal continua a acompanhar a conversa que há muito tentávamos por em dia…


Jantar acabado, salta a frase “siga a rusga pa night”… e como o meu amigo ainda não foi ao antro de Mira…metemos as rodas a caminho para eu lhe apresentar o spot gay da zona centro…


Aqui as coisas começam outra vez a correr mal… fazemos um cagalhão de quilómetros, e chegamos lá e a puta da disco tem um letreiro enorme a dizer: “Vende-se”.


Olhamos um para o outro…bem vamos ao menos tentar tomar um copo? Pergunta-me ele… e claro, foi a minha resposta…e decido então leva-lo ao Opção Bar na Barra…que nos obrigava a voltar para trás…


E que acontece? Já eram duas da manhã e já estava fechado…e eu com cara de cu a olhar para o meu amigo…


Nada mais havia a fazer que voltar para Ovar…


No caminho, não tendo vontade de vir para casa…vai-se lá saber porquê…digo ao meu amigo…não, não quero ir para casa sem irmos tomar um copo…segue em frente e vamos para o Porto, que depois venho para baixo de comboio…


Acertamos em cheio na noite…mais parecia a noite do azeiteiro…mas lá nos tivemos que aguentar até ao final da noite, pois só teria comboio depois das seis da manhã…


Lá saímos da noite chungosa e meu amigo deixa-me na estação de S.Bento e só no comboio…já depois de ter atirado para o chão um folaninho e lhe ter dado um pontapé no estômago, porque me tinha saltado para as costas na brincadeirinha…mas que lhe saiu cara…é que caiu a ficha… Foda-se, não tenho o carro na estação, e como vou agora de Ovar para o Furadouro??


Que se foda, vou de táxi…


Sete e quarenta e cinco, chego a Ovar…e dirijo-me ao local do táxis e o que encontro eu?? O estacionamento dos táxis…sim porque táxis nem vê-los…


Dou umas voltas a ver se algum aparece, e depois de uma hora passada nenhum aparecer e já ter verificado que também não haveria autocarros…decido por os pés ao caminho e fazer o trajecto a pé…


Mais um cagalhão de quilómetros…mas agora para fazer a calcantes, mas encaro o caminho, depois de ter passado toda a noite a dançar…apenas, como mais um desafio à minha tão robusta condição física…


E lá vou eu, sendo ultrapassado consecutivamente por pessoas da terceira idade que estão habituadas a estas coisas do exercício físico…eu estava a implementar tão afoita passada, que um engraçadinho que seguia num grupinho de ciclistas me manda a piadinha, em alto e bom som: “acelera o passo”, ao qual eu respondo…acho eu…devido ao meu mau humor…”é já seguir oh palhaço”


Cansado de ser ultrapassado por sexagenários, decido encurtar caminho pela mata…só apenas mais um erro…


Lá vai o totó pela mata e de repente ouve um barulhão parecendo uma manada de gnus a aproximar-se…era uma cambada de corredores que decidiram também eles aproveitar a mata para por em prática os seus hábitos saudáveis…e que já me começavam a irritar…mas depressa, mais uma vez sou ultrapassado e continuo a jornada pelo meio da mata…


O intuito do percurso da mata, era um, e apenas um…encurtar o caminho…


Seria muito fácil…seguiria para nordeste e iria apanhar a estrada novamente já quase junto ao Furadouro…o problema é que quando nasci, o ponteiro da bússola vinha encravado…resultando numa total ausência de sentido de orientação…em que muitas vezes, em tom de brincadeira, digo aos meus amigos, que quando deus andava a distribuir o sentido de orientação…eu estava na casa de banho a cagar…


Mas esqueci-me de um pequeno pormenor…essa estrada é frequentada por putas, sim putas no sentido lato da palavra…e quando estou quase a chegar à estrada, ouço uns barulhos estranhos vindos de um arvoredo… era uma puta a levar na crica…sim porque ao contrário dos táxistas, que aos domingos ficam com o piçalho quentinho na caminha, estas madrugam, para por cobro ao tesão do mijo dos Ovarenses…


Para não me cruzar com o quadro pitoresco, decido então continuar pela mata adentro…


Uma hora e meia depois constato a minha realidade…


Dói-me as virilhas, os músculos das pernas, os pés e…estou perdido no meio de nenhures…


Mudo então a direcção para oeste…foda-se mais cedo ou mais tarde a estrada haveria de aparecer…e passado quase meia hora começo a ouvir carros…e seguindo o som lá acabo por alcançar a estrada…deparando-me com mais um triste cenário…reconheço o troço da via…e já teria passado o Furadouro há muito…estando no mínimo três a quatro quilómetros a norte…


Para não me perder novamente, decido fazer a jornada para sul, mas sempre junto à estrada…para que não haja mais nenhum percalço…


Quando começo a visualizar o Furadouro, começo a sentir tonturas e náuseas…com certeza reflexo de fraqueza das muitas horas que já levava acordado, das muitas horas em que não comia e do desespero de terminar uma caminhada que parecia não ter fim…


Chego a casa (finalmente às 11.20)…meto a chave na porta e vejo o meu colega de casa a saltar da cama, como se esta tivesse pulgas…


Fica com aquela cara de parvo e ensonado e pergunta…como se fosse cedo…já chegas-te? E fica a fazer sala e a meter conversa comigo…e depois sai-lhe um…pensei que já não viesses…e depressa percebo o que isso quer dizer…


Não está sozinho…e estou morto e nem posso dormir…


Azarado? Não é da vista… ah e isto não é um filme…é apenas o filme da minha vida…


Meu caro Hobbes…preferia ter apanhado chatos…

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Ensinas-me?



É certo e sabido que as nossas primeiras paixonetas surgem sempre pelos nossos professores. Mais cedo ou mais tarde, se olharem bem para trás, vão perceber que sentiram assim uma coisa meio esquisita por um professor qualquer. Dado que tive duas “fases”, as coisas complicam um bocado.

Ao 7º ano, foi a professora de Geografia. Trintona, super tia e divorciada. Lembro-me da forma como se julgava pentear a meio das aulas: pegava num dos lados do cabelo e atirava-o para cima do outro, ficando completamente despenteada e dando gargalhadas completamente alucinadas quando se apercebia do que fazia. Das botas altas com que se passeava pela sala, do traseiro empinado quando vinha tirar as dúvidas. A mulher fazia-me suspirar apenas por a cheirar…

Mas nada se compara ao professor de Educação Física do Secundário. 11º e 12º. Lembro-me como se fosse hoje (adoro esta expressão) do primeiro dia de aulas. Sentado no pavilhão, naqueles bancos longos de madeira desconfortáveis enquanto esperava que o novo professor entrasse. E ele, de facto, entrou. Trintão, moreno e não excessivamente musculado. Foi das primeiras vezes na vida em que suspeitei que olhava para os rapazes de forma diferente.

Nunca gostei tanto de correr durante meia hora, a ponto de ver o pulmão direito sair-me pelo nariz enquanto tossia o fígado. Ou até mesmo de jogar rugby e deslocar a omoplata sempre que um dos matulões do ano seguinte resolvia fazer uma “placagem”. Sabia que no fim ele passava a mão na minha cabeça e dizia com aquela voz sexy:

- Estiveste muito bem!

No 11º eram só as dúvidas, ainda que começasse a estranhar a atracção que sentia. No início do 12º, depois de ter a minha primeira experiência com um rapaz nesse Verão, já tinha certezas e procurava o contacto físico o mais que conseguia. Chamem-me vaca à vontade, com 17 anos as hormonas não estão aos saltos: vivem numa rave constante. E o contacto ia acontecendo, ainda que quase sempre exagerado na minha cabeça. Servia para recordar em momentos em que sozinho percorria o corpo, imaginando que aquelas mãos o tocavam – terminando o acto nas célebres punhetas da adolescência (ainda que, já com esta idade, as coisas não tenham mudado assim muito).

Tinha o mesmo nome que o único rapaz que amei na vida, a sina já estava traçada desde cedo. No outro dia vi-o, com mulher e filha num dos hipermercados cá da terra, e lembrei-me desta fase quando ele me perguntou:


- Então, ainda te lembras de mim?

O que mais me passou pela cabeça foi mesmo “não, TU ainda te lembras de mim? E reconheces-me?”. Mas não foi isso que lhe disse.

- Claro que sim, foi dos meus professores preferidos.

Tive a lata de lhe piscar o olho depois do aperto de mão, acto correspondido e aliado ao “gostei de te ver”. Deve andar já perto dos 40, mas ainda assim levava uma afiambradela descomunal. O homem foi a primeira prova de que me sinto atraído por pessoas mais maduras, de preferência trintões com “aquele ar”. Ainda que seja mais platónico e enquanto flirt esporádico do que um acto praticado…

Ruídos…


Todos nós temos alguém sempre disposto a foder-nos a cabeça…


Porque tu és assim, por és assado…sempre pronto a apontar-te os defeitos que tens e não tens…


A última pessoa que me apontou defeitos foi bastante singela…apenas disse que eu era: egoísta, egocêntrico, narcisista e desequilibrado mental…


Descobri que afinal de contas sou um poço de virtudes lol


Mas ouve lá e se te calasses??


Foda-se a tua voz já me irrita…mexes um musculo e irritas-me….respiras e irritas-me…


Estou farto de ouvir o teu permanente lamentar e rabujar…


Se chove…puta que pariu, a chuva que nunca mais passa…se faz sol…está demasiado calor e vais ficar com rugas…se cagas tens que limpar o cu…se não cagas estás com prisão de ventre…


Consegues tirar qualquer santo do sério…e este santo já esgotou a paciência dele…não estou mais para te aturar…


Há uma musica que agora passa bués na rádio, que eu detesto…mas sempre que a ouço…não há hipótese…lembro-me de ti…


Por isso nada melhor que ta dedicar neste post…aqui vai…


Porque tu falas de mais,

e já me cansas...

(Yeah) É muito Blá Blá Blá pós meus ouvidos

Por isso cala-te , cala-te e cala-te! (Yeah)


Ok.. ya ya shhh..


(Yeah) Eu sou confusa

E muita gente me acusa , mas escusa

De falar de mim, abuso mas abusa

Pois sei que abuso,e recusa, pois custa

Admitir que a Bete abusa..


Sabes que'u tenho rima,

matematicamente, inteligentemente (Hahaha Haha)

Num acho surpreendente (han),

Tou-te a atrofiar (han) shhh

Para quê tanta garganta..


Porque eu falo, fala e não se cala

Só sabe criticar, inventar e criticar,

Já me cansa..Tanta gente a'banar'a pança

Se o people não curte, então porque dança? ( han)


Isto é muito atrofiado,

para perceber, mas aqui fica o recado..

Ooh e para a gente que falou

Hahaha tomem lá o meu flow


Cala a boca, tens mentalidade pouca,

dicas de cabeça oca, inveja e tanto

blá blá blá, blá blá blá


Questão: Porque há tanto mc parecido...

sem criatividade mais parecem um zumbido

(Bzzzzzz) já me cansam o ouvido

Se encontrar um mata-moscas

garanto estarão perdidos..


Pois o'que fazem melhor, Hip Hop Tuga é assim

Só sabem falar nas costas, fala á frente mc

Faz melhor, tou-me a cagar para o que dizes

é so falar, falar , tou a espera que concretizes..


Tens isto e aquilo, conheces este e outro

aquele outro e o outro yooo

Gravas num melhor estúdio, tens melhores beats

Parabéns sê feliz, mas chavale não te estiques..


Pois Dama Bete isto, Dama Bete aquilo, Dama Bete eeee

A pita não tem estilo,

Pois criticas e criticas e no final oquê?

Dama Bete, participas no meu (.?.)


Cala a boca, tens mentalidade pouca,

dicas de cabeça oca, inveja e tanto

blá blá blá, blá blá blá


Dama Bete - Cala-te”


terça-feira, 20 de maio de 2008

depois da keka mágica, a keka realmente chata


O meu colega de blog já tinha relatado a minha experiência na semana passada, num texto adequadamente chamado “enterra-ma”. Pois bem, não era suposto ser esta a minha estreia neste blog, mas por contingências da vida eu não escolhi o tema – o tema escolheu-me a mim.


Como se ainda não tivesse suficientemente arrependido do que (não) se passou, na noite passada tive sérios problemas em dormir. Consciência pesada?, perguntam vocês. Não, de todo. Comichão, muita, muita comichão. Mesmo. Contudo, não somei 2+2 e tentei aproveitar o pouco que consegui dormir. De manhã, durante o banho, reparei numa criatura estranha que me habitava o Benelux (os países baixos, entenda-se). Rapidamente, comecei a pensar “não, isto não pode ser aquilo q tu achas que é!”. Fui à gaveta e saquei da pinça e resolvi arrancar o pelo onde firmemente a coisinha branca estava agarrada e aproximei-o dos olhos.

- Será que esta merda é um chato?!

Nunca tinha visto nenhum na vida e achava que era daquelas coisas que nunca me iriam acontecer. Rapidamente, tratei de analisar as vizinhanças e reparei que os meus tomates pareciam dálmatas: tinham pintas em todo o lado, neste caso vermelhas. Cocei a cabeça, não por comichão mas para tentar perceber como raio tinha isto acontecido. E o “enterra-ma” chegou num ápice às ideias, só podia ter sido isso. Num exame mais demorado, percebi que o problema era mais grave do que parecia. Descobri intrusos desde a zona do umbigo até um pouco abaixo dos joelhos… Criaturas brancas, com patas praticamente transparentes e aquilo que penso serem dois olhos, pretos. Se a natureza fosse um pouco mais sensata, tê-los-ia feito em tamanho familiar. Mas não. É preciso uma lupa para os ver… O nojo começou a ganhar terreno à curiosidade e, não fosse estar atrasado para uma reunião, tinha ido de pila na mão à farmácia mais próxima. Assim, resolvi vestir-me, rezar dois pai-nosso, três avé-maria e esperar que as criaturas não tomassem conta de todo o meu corpo até à hora de almoço.

Acabada a reunião, reparei que tinha saído sem dinheiro e queria resolver o problema o mais rapidamente possível – a comichão chegava a ser mais dor do que outra coisa - e não é bonito andar a coçar violentamente os tomates em público! Calculei os riscos e resolvi que era o passo que tinha de dar. Olhei para o telemóvel de lado e enchi o peito de ar.

- Estou, mãe? Olha, preciso que me passes na farmácia com alguma urgência. Acho que tenho chatos…

Um longo silêncio deixou-me gelado, sabia que o primeiro pensamento que a minha mãe iria ter era algo muito próximo de “o meu filho foi às putas”. Com uma voz a soar a castigo e desconfiança, prometeu que tratava disso. E lá fui eu para casa, rumo a um almoço constrangedor. O meu pai abriu uma única vez a boca:

- Como é que apanhaste isso?
- Oh, não faço ideia…

Não consegui dizer muito mais, ainda que soubesse perfeitamente a origem do problema. Quanto à solução, apareceu na forma líquida, com o nome “Stop Piolhos” (com um cheiro agradável, como a embalagem prometia). 30 minutos bem coberto com aquilo, depois passar um pente (de aço ou lá o que era aquilo) por todo o pelo do meu corpo, de forma a eliminar todas as coisas que ainda ficaram por lá (e tentem imaginar o que é passar um pente de aço pela zona púbica, que não prima pelo carácter liso…). Acho que descobri a forma de tortura mais engraçada para aplicar aos inimigos. Vá lá que o matagal anda sempre aparadinho, se desse para fazer tranças já teria ido à lua.

Depois de ganir quanto baste, e ainda na banheira, resolvi ligar a água à máxima temperatura que aguentei – já pondo como hipótese livrar-me de todos os pelos do corpo. Até ver, parece que as criaturas foram embora de vez.


Moral da história:
Meus meninos, tenham a decência de ter os mínimos cuidados essenciais. Isto é uma chatice do caraças. Passe-se a redundância. E já agora, um pouco de cultura: o nome técnico é pediculose pubiana. Seja, o que conta reter é: tenham cuidado!!

Quanto a ti, se te apanho na rua enterro-ta mesmo. Uma chapada nessa cara!

A apresentação!


Mais um…
Já existem um cagalhão de blog’s e aqui está mais um para vos atormentar a vossa vida…


Não será um blog muito tradicional…


Primeiro, porque será escrito por dois amigos, que efectivamente não o são…ou seja, são amigos virtuais já há algum tempo…e sim existe intimidade, mas falta o conhecimento físico da coisa…mas que, esperamos realizar dentro em breve…


Segundo, por é escrito por duas pessoas muito diferentes, com percursos muito diferentes, faixas etárias diferentes…mas com duas coisas em comum, o facto de serem gays (resolvidos), e com gosto pela escrita…embora se expressem de maneira muito diferente…mas isso depressa irão constatar…


Fiquei encarregado de fazer o texto de apresentação…sendo o meu nick Garfield, e o do meu amigo Hobbes…


Dois felinos de realidade animada…mas que aqui não terão muito a ver com as características que normalmente são atribuídas a estas personagens de cartoon…


Aliás, se esperam um Garfield pachorrento, que só come lasanhas e que só quer dormir…enganam-se redondamente…


Este Garfield será agressivo Q.B., utilizando muitas vezes uma linguagem pouco ortodoxa…mas depressa se vão habituar…


O Hobbes…muito a seu estilo, será mais ponderado…mas também ele, com uma escrita suficientemente acutilante para vos deixar a pensar…


Não iremos por paninhos quentes…falaremos daquilo que nos apetece, quando nos apetece e como nos apetece…e se não gostam…deixem na berinha do prato e não leiam…


Chega então de merdas de apresentações e que comecem as hostilidades “letrais”…